segunda-feira, 26 de novembro de 2012

céu dublado

línguas mágicas
na chuva

Meu corpo serrado

Na escala residencial, alguns momentos, rostos, inseguranças, algumas palavras e medos, há tanto preciosidades quanto coisas putrefatas. Na escala bucólica, alguma poesia, alguma loucura, algum chorar e também algum riso e risco, muita coragem, há eucaliptos tão altos que me fazem olhar para o infinito. Na escala gregária, um pouco de charme e impulsividade, sagacidade e humor, alguma inteligência e sensibilidade, há o cheiro e o brilho da cerveja. Na escala monumental está a minha solidão, alguns amores e vários mortos, pessoas nuas e animais, há sinais de fogo e chuva. Na cartografia do meu corpo, o cheiro de fumaça de ônibus e pastel de palmito no lugar do coração. Abri os braços e me percebi Brasília: no Eixo Rodoviário corre um abraço veloz perfurando a sombra de um ipê.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

lágrima de calango

O rio a correr nos meus pés, a correr mais que eles. É estação de lágrimas incessantes no cerrado central. Pensei em quantos calangos andam chorando.

domingo, 18 de novembro de 2012

Flamboyants e Ipês

Cantei um canto transparente numa esquina branca. Reverberou em tons de cinza, em ecos de cinzas levadas pelo vento. Aceso na ponta do cigarro, um silêncio negro. Chega a seca e meu corpo é o próprio sertão sozinho.

sábado, 17 de novembro de 2012



Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Mario Quintana

entrei com o olhar

"(...) eu adoro quando as pessoas de fora pedem o endereço e acham estranho e querem confirmar - eu faço questão de botar "asa sul", acho tão lindo. amo brasília...é simples, mas as pessoas acham que é um mundo de complexidade, mas é simples nos números. parece um mistério, mas é um risinho."


codinome juba - dizendo mais uma vez.