segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Meu corpo serrado

Na escala residencial, alguns momentos, rostos, inseguranças, algumas palavras e medos, há tanto preciosidades quanto coisas putrefatas. Na escala bucólica, alguma poesia, alguma loucura, algum chorar e também algum riso e risco, muita coragem, há eucaliptos tão altos que me fazem olhar para o infinito. Na escala gregária, um pouco de charme e impulsividade, sagacidade e humor, alguma inteligência e sensibilidade, há o cheiro e o brilho da cerveja. Na escala monumental está a minha solidão, alguns amores e vários mortos, pessoas nuas e animais, há sinais de fogo e chuva. Na cartografia do meu corpo, o cheiro de fumaça de ônibus e pastel de palmito no lugar do coração. Abri os braços e me percebi Brasília: no Eixo Rodoviário corre um abraço veloz perfurando a sombra de um ipê.

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